| Resumen: |
se como um privilégio, de acesso restrito a grupos favorecidos,
em sua grande maioria brancos, de classes médias e altas, residentes
nas capitais, filhos de famílias cujos pais já haviam frequentado
a universidade. As iniciativas para democratizar o acesso a esse
nível de ensino enfrentaram fortes resistências de setores da mídia
nacional e de instituições e intelectuais afiliados a visões elitistas.
O tratamento que o tema das ações afirmativas vem recebendo
por parte dos grandes conglomerados de comunicação
exemplifica essas resistências, que chegaram a mobilizar abaixo-
assinados condenando as cotas e outras iniciativas de caráter
afirmativo. As decisões do Supremo Tribunal Federal (de abril de
2012) e a aprovação da Lei de Cotas nº 12.711/2012 representam
conquistas decisivas do movimento social brasileiro, em especial
dos movimentos negros, que sustentaram a proposta e o debate
por longos anos e assim abriram caminho para o acesso de parte
da juventude pobre e negra às universidades. A decisão do STF
e a sanção da Lei de Cotas são vitórias fundamentais, mas não
significam que os objetivos estão alcançados. Essas duas ações
indicam que os processos de democratização ganham uma nova
força, mas é preciso que sejam conhecidos, divulgados, acompanhados,
avaliados e aprimorados. |